30 de jan. de 2011

Escócia:Ilha de Skye( Parte III )-para sempre na memória



Próximo a Ponte de Skye
 
O dia já caminhava para seu final quando nos aproximamos da ponte que liga a ilha de Skye ao continente.O frio persistente agora não tinha mais a chuva para nos molhar e gelar até os ossos, mas o céu continuava carregado de nuvens densas. Atravessamos a ponte em Kyle Lochalsh e seguimos pela A87 em direção ao norte, meio que sem rumo certo.Só então me dei conta de como a paisagem havia mudado abruptamente. Deixamos para trás o verde dos pinheirais do continente para entrar  numa região agreste, cujo centro é dominado pelos montes Cuillin e um litoral recortado por lindas baías de águas límpidas, como veríamos depois.Alguns quilômetros de estrada ilha adentro e percebi que aqui era um mundo à parte, onde o tempo não significava nada. De gente nem sinal, somente uma estradinha sinuosa entre as montanhas arredondadas e muitas, muitas ovelhas. Nos campos, à solta, sem nenhum pastor visível, cruzam a estrada aos bandos, obrigando o carro a parar até que calmamente se dirigem ao outro pasto...Nenhum carro na mesma direção, nem na direção contrária... O que há?-pensamos- será que pegamos a estrada errada? Ai, ai, ai...isto tem cheiro de problema. Mas quem estava preocupado com isso, diante de uma natureza tão deslumbrante, com riachos de águas cristalinas que desciam em cascatas da montanha entre o verde amarelado do outono escocês?

Ovelhas, ovelhas e mais ovelhas...
 Fomos subindo sempre rumo Norte e finalmente as placas começaram a indicar a proximidade de uma cidade: Portree. O problema é que nós rodávamos e nada da tal vila...finalmente chegamos a um posto de combustível. Havia uma senhora abastecendo seu carro e resolvemos perguntar. Depois de uma breve disputa sobre quem iria pagar o mico, decidiram democraticamente que seria eu. Aproximei-me delicadamente da mulher, cumprimentei e perguntei se ela poderia nos informar onde estávamos, ao que ela abriu um grande e amigável sorriso e respondeu: "ao que me parece vocês estão perdidos..."Alguns risos e boas orientações depois, mais alguns quilômetros à frente, chegávamos finalmente a Portree, um típico vilarejo e porto de cerca de 2.000 habitantes. A noite começava a cair, a fome rondava nossos estômagos e tudo que eu queria era um banho quente e comida...Mas aí já é uma outra história...


Centro de Portree


A arte de viajar...

"A verdadeira arte de viajar...
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"
Mário Quintana