10 de mai. de 2013

Férias no Marrocos

     Estávamos na Espanha em férias. É verdade que o plano original era dar uma esticadinha até Andorra na divisa com a França, mas era janeiro, fazia um frio glacial em Madri e resolvemos alterar nossa rota para um lugar mais ameno. De Madri descemos de carro cerca de 400 km até Granada onde passamos dias maravilhosos. De lá fomos costeando o Mediterrâneo por Málaga, Nerja até chegarmos a Algeciras. E aí começa mesmo nossa aventura.


Ferry no Mediterrâneo
    Após uma noite bem dormida, levantamos muito cedo e nos dirigimos ao porto.Uma aurora rosada nos aguardava, o sol se levantando calmamente a leste, dissipando lentamente a bruma da madrugada que insistia em se estender sobre os navios. A manhã chegava esplêndida, clara e fria, e o porto se revelava em toda sua extensão diante de nós.
O barco, na verdade um ferry enorme, fez   uma viagem tranquila, cerca de 2 horas singrando um mar                                          


Descansando no Marrocos
profundamente azul, gaivotas brancas voando alto e no horizonte, aproximando-se lentamente, uma massa marrom que nos indicava a proximidade do continente africano. Ceuta se alargou a nossa frente e rapidamente o barco atracou no porto. Um alívio, porque o meu pobre estômago já reclamava do balanço das ondas. Desembarcamos em Ceuta com  Alexandre reclamando que preferia ficar ali mesmo, que era um excelente lugar para comprar eletrônicos, mas que fazer, foi voto vencido e lá fomos nós, de bilhete na mão a procura de nosso grupo turístico. Sim, porque não seríamos loucos de nos aventurar pelo Marrocos sem um guia local. Do lado de fora do porto, outros turistas se juntaram a nós, um exótico grupo multirracial: italianos, japoneses, ingleses, americanos, franceses, chineses, numa autêntica babel linguística. O guia, marroquino desfigurado pela cultura europeia, era um tipo moreno, graúdo, falava alto e fumava muito. Já de início, houve um estupendo bate-boca entre ele e um grupo de falantes italianos, que reclamaram do atraso do ônibus que nos conduziria. Gritaria de ambas as partes, olhares curiosos dos demais e eis que, para salvação da pátria brasileira ali representava por nós quatro, avançou lindamente pela rua ensolarada, o ônibus guiado pelo seu motorista marroquino. Acomodados todos, seguimos para a fronteira marroquina. Foi um espetáculo dantesco, um verdadeiro portal do inferno. O guia moreno recolheu todos os nossos passaportes e desceu com a pilha colorida diante dos nossos olhos esbugalhados. Pela janela avistava-se um enorme amontoado de carros, de todas as cores e modelos. E velhos! Muito velhos! Muito estropiados pelo tempo, como se um enorme ferro velho houvesse ganhado vida e saído para dar um passeio.
      Passar a fronteira foi um alívio, pois já estávamos pensando onde estaria nosso guia portando nossos documentos. Seguimos pela estrada, olhos abertos vasculhando a paisagem que se desenhava pela vidraça. O Marrocos se apresentava para nós em todo seu exotismo. Estaríamos nós prontos para ele? ( continua ...)

 


 
Estrada no Marrocos



17 de abr. de 2013

Haicai 俳句

Contei-lhe sobre madrugadas frias orvalhadas de prata
E  cavalos selvagens ao luar
"Insana"-suspirou- e foi-se nas asas do vento...

15 de abr. de 2013

"Tenta te orientar pelo calendário das flores,
 esquece, por um momento os números,
a semana, o dia do teu nascimento. 

Se conseguires ser leve, aproveita, enche tuas malas de sonho 
e toma carona no vento."
( Fernando Campanella ) -)